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Negociação coletiva e atos antissindicais abrem debates no 2º dia do Encontro Nacional da CSB

Nesta sexta-feira (25), a Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) abriu o Encontro da Executiva Nacional, em São Paulo, com painéis para debater dois temas centrais para o movimento sindical: a importância das negociações coletivas e o combate às práticas antissindicais dentro das empresas.

Na primeira mesa, a importância das negociações coletivas para as entidades sindicais foi debatida por especialistas sobre o tema e contou com a mediação de Paulo de Oliveira, secretário de mobilização da CSB.

Socióloga e Diretora técnica do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), Adriana Marcolino defendeu que negociação coletiva é um tema fundamental para a ação sindical, ressaltando que 77% dos sindicatos de trabalhadores possuem convenções ou acordos coletivos em vigor no Brasil.

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Ela destacou que após uma queda vertiginosa do número de instrumentos coletivos celebrados nos últimos anos, sobretudo a partir da Reforma Trabalhista de 2017, eles voltaram a crescer a partir de 2023, com esse crescimento sendo consolidado em 2024.

“É importante dizer que, historicamente, cenários de crescimento econômico e de ambiente democrático impulsionam acordos coletivos, enquanto recessão em conjunto com práticas de viés antidemocrático os reduzem”.

Marcolino fez uma avaliação sobre a trajetória das negociações coletivas nas últimas décadas e destacou que setor público sofre ainda mais pela ausência de legislação específica. A socióloga também lembrou que as mulheres são mais prejudicadas no contexto da negociação individual, visto que o ambiente corporativo ainda possui uma cultura de cunho machista.

“A negociação coletiva é atuação fundamental da atividade sindical, cobre a maior parte dos trabalhadores, é um instrumento democrático, ela reduz desigualdades nas relações de trabalho e promove desenvolvimento econômico. Por tudo isso, deve ser vista como um bem público”, argumentou.