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Geração de emprego de qualidade passa por fortalecimento de sindicato, diz Nobre

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Presidente da CUT reforça que o Brasil tem muita coisa para fazer em diversas áreas com geração de empregos, mas que é preciso fortalecer os sindicatos para que sejam de qualidade e com carteira assinada

O presidente da CUT, Sérgio Nobre destacou que o Brasil tem muitas áreas de produção e obras que precisam ser retomadas para o país voltar a crescer, como a construção civil que emprega milhares de trabalhadores, melhorias na mobilidade urbana com a fabricação de trens, ônibus e metrô, a produção de equipamentos médicos, entre outros. Ele também destacou a necessidade de reindustrialização do país que teve parte de sua produção industrial sucateada ou enviada para outros países, com a desculpa de que no exterior a produção é mais barata.  

Mas, segundo o presidente CUT, para que a população seja beneficiada pela retomada da economia é preciso de bons empregos e isto só é possível com o fortalecimento do movimento sindical que pode cobrar por empregos com carteira assinada.

“Na época da ditadura militar o Brasil cresceu, mas sem distribuição de renda para a população que não se beneficiou do crescimento econômico”, declarou Nobre ao sustentar que o movimento sindical fortalecido é capaz de lutar pelos direitos trabalhistas.

Esses e outros assuntos foram debatidos pelo presidente da CUT com o jornalista Juca Kfouri,  no programa Entre Vistas, da TVT, que foi ao ar nesta quinta-feira (2). Veja a entrevista completa abaixo.

Governos anteriores tentaram asfixiar sindicatos para evitar fiscalização

O caso das três vinícolas de Bento Gonçalves, no Rio Grande do Sul, em que 207 trabalhadores foram resgatados, na semana passada, de situação análoga à escravidão, prova que ainda hoje “temos no Brasil (uma parcela do) empresariado com mentalidade escravagista. Em especial, o chamado agronegócio tem mentalidade escravagista”.

De acordo com o dirigente, casos de trabalho escravo se repetem no país “porque nos últimos seis anos houve um desmonte do sistema de fiscalização do Ministério do Trabalho”. Nobre faz referência ao governo golpista de Michel Temer (MDB, 2016-2018, mas principalmente ao de Jair Bolsonaro (PL), nos últimos quatro anos.

A situação na Serra Gaúcha envolve ainda as maiores vinícolas brasileiras  – Aurora, Salton e Garibaldi – que, diante da repercussão negativa do caso, tentaram se afastar de suas responsabilidades, afirmando que os trabalhadores prestavam serviços a uma terceirizada por elas contratadas.

“Eles acabaram com as fontes de financiamento do movimento sindical porque eles queriam asfixiar para que os sindicatos perdessem sua capacidade de fiscalização. E esse é o resultado. Agora você vê, são grandes empresas que estão envolvidas, não são empresas pequenas, microempresas. E que têm a cara de pau (de falar) ‘não fomos nós, mas a empresa terceirizada que contratamos’. Mas se contrataram (a empresa) é de responsabilidade deles. Como você contrata uma empresa sem investigar, sem saber as condições? Isso mostra que essa tal da terceirização tem que ser revista”, contestou o presidente da CUT.

A Lei da Terceirização foi aprovada por Temer ainda em 2017. Mas o desmonte da legislação trabalhista seguiu sob o governo Bolsonaro.

Luta sindical sob Lula

A expectativa do movimento sindical é que sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) as pautas dos trabalhadores, como a revogação da terceirização, avance. Ele rebateu críticas de que nos primeiros governos do PT, com Lula e Dilma Rousseff, as entidades tornaram-se brandas.

 De acordo com Sérgio Nobre, o movimento conquistou o direito de negociação e a luta mudou de patamar. “Saiu do portão da fábrica e foi para a mesa de negociação”. O que diz que vem sendo retomado. “O país tem muito que fazer, temos que apresentar nossas demandas sociais de superação da pobreza e voltar a fazer o país crescer. O presidente abriu para o movimento sindical apresentar suas demandas e trilhar o caminho de recuperação do Brasil”.

Sobre isso, o presidente da CUT encerrou, chamando atenção para a necessidade de uma nova política industrial como “caminho para a reconstrução”. O país, ainda segundo ele, tem condições para criar um “grande” programa de qualificação profissional para aperfeiçoar a mão de obra.

Com informações da RBA.