Movimento Sindical

2020 Ano Atípico

Além da quantidade de perdas de vidas, além das controvertidas posições do executivo federal, além do crescente desemprego, da estagnação da economia, dos incêndios nas nossas florestas, da crescente corrupção e do aumento da criminalidade, a pandemia causada pela COVID19 provocou também no meio sindical profundos prejuízos nas suas negociações coletivas de trabalho com o patronato o qual, diga-se, também foi prejudicado pelos efeitos das tentativas de controle da pandemia. Contudo, nossa Federação de Professores e Administrativos – FETEESC sindical, em conjunto com os sindicatos da base, realizou oito Assembleias Gerais na modalidade virtual, discutindo propostas e contrapropostas e chegando a fechar quatro dos cinco instrumentos normativos: SINEPE, SENAC, SESC e SESI, faltando tão somente concluir as negociações com o SIACADESC. Referidos instrumentos foram fechados por meio de termos aditivos, os quais renovaram todas as cláusulas sociais existentes em 2019, postergando a discussão das cláusulas econômicas para época pós-pandemia.

Acrescente-se que todo este esforço do nosso movimento sindical foi desenvolvido sem recursos financeiros, posto que esse governo que aí está à moda Pinochet e vários outros déspotas, interviu no movimento sindical, sufocando-o com o corte de suas fontes de arrecadação.

Porém, em que pese o projeto em curso do atual governo para extinção do movimento sindical, este continua vivo e assim permanecerá porque tem a seu lado a história da resistência do sindicalismo mundial, tem a seu lado a história da democracia e tem ao seu lado o anseio da imensa legião de trabalhadores que constroem este país e que precisam da proteção dos sindicatos para a salvaguarda dos seus direitos.

Assim, durante o atípico 2020, fizemos o que estava ao nosso alcance fazer e ficamos na certeza de poder recuperar em 2021 tudo aquilo que transigimos. Também temos certeza de que o espaço reservado ao movimento sindical, consagrado pelas democracias do mundo, será reconquistado por nós e pelas forças democráticas que, queiram ou não alguns, são majoritárias no Brasil.